Esse é um material para prevenir agressões, diminuir a reincidência e salvar vidas.

Nessa nova edição produzida pelo Instituto PDH, trabalhamos com todo o nosso coração, reunindo diversos especialistas para trazer informações e guias práticos para o enfrentamento das violências contra meninas e mulheres. Um ponto chave desse livro foi considerar estratégias de como aproximar os homens, tirando-os de um lugar de suporte passivo, para uma posição de responsabilização como aliados ativos.

Um livro que se transformou

A primeira edição fez parte da plataforma “Derrubando Muros e Construindo Pontes”, e foi escrita em parceria com o Instituto Avon – que tem uma atuação muito relevante no enfrentamento a violência contra meninas e mulheres.

A segunda edição foi viabilizada por Febraban – Federação Brasileira de Bancos – e foi escrita a muitas mãos: o projeto foi coordenado por Marina Moreira, junto da nossa equipe editorial (Gabriella Feola e Andrio Robert Lecheta). Parte da atualização é a consolidação do mapeamento de grupo para homens, conduzida por Dandara Cunha, a partire de levantamentos paralelos, como o do Grupo Margens (UFSC).

Contamos com parceiros como o próprio Instituto Avon, o Me Too Brasil, pesquisadores e especialistas como Viviana Santiago, Adriano Beiras, Sergio Barbosa e Jéssica Paula da Silvia Mendes, entre outros.

Nesta 2a edição do livro você encontra:

  • Dados importantes para todos compreenderem a dimensão do problema
  • Dicas práticas sobre como levar essa conversa de forma didática para vários campos, inclusive para homens que não tem afinidade com o tema.
  • Diretrizes básicas para iniciar um grupo para homens
  • Dicas práticas de como ser um aliado para identificar, denunciar e prevenir a violência contra meninas e mulheres
  • Mapeamento de grupos online e presenciais pelo Brasil
  • Miniguia para profissionais da Educação serem aliados ao enfrentamento das violências nos ambientes escolares.

É com tremenda alegria que colocamos mais um sonho no mundo.

O projeto

Entendemos que conversar com os homens sobre violência contra meninas e mulheres é um tema da maior importância. Sem isso não podemos avançar no tema

“Conversar com meninas e mulheres sobre empoderamento é a metade da conversa , a outra metade é conversar com meninos e homens pra gente ter, de fato, um impacto profundo e duradouro na agenda de enfrentamento das violências.”

– Viviana Santiago

A primeira edição desse livro é um começo para enfrentar esse desafio.  Um começo necessário mas que deixou em aberto pontos que sonhávamos poder complementar e aprofundar posteriormente. 

Dois dados essenciais guiam esse processo de rever a estrutura do livro e criar uma segunda edição:

  • As taxas de feminicídio não só são maiores entre mulheres negras, como tem aumentado, ao passo que tem caído entre mulheres brancas
  • A maior parte dos estupros acontecem com meninas menores de idade, especialmente antes dos 14 anos. 

O recorte de idade mostra que precisávamos atualizar o livro olhando para as violiencias que acontecem na infância e adolescencia, que ocorrem dentro de um contexto familiar, mas não especificamente numa relação afetiva/amorosa. 

O recorte de raça evidencia como é importante, sempre que possível, apresentar os dados olhando para as diferenças específicas sobre como as violências se concentram, coisa que não alcançamos fazer na primeira edição. 

Hoje, a partir do convite de Febraban começamos a produzir essa versão que não só é uma revisão do conteúdo, mas uma revisão da estrutura: com um índice muito mais completo, mais especialistas, mais entrevistas em profundidade,  novos dados e mais atualizados, mais guias práticos e dicas atualizadas.
Essa edição nasce como parte do Programa Nacional de Iniciativas de Prevenção à Violência Contra a Mulher, que conta com iniciativas do Instituto Maria da Penha e do Me Too Brasil, atuando tanto em ações educativas e preventivas para a sociedade civil, como para secretarias de educação e órgãos governamentais.

“Cada vez mais é visível um consenso de que é fundamental intervir em homens autores de violência contra mulheres, à parte dos serviços já dedicados às vítimas. Dada a complexidade da temática, é necessário atuar em diferentes frentes, de forma a contemplar todos os envolvidos/as” 

Pontua Adriano Beiras, professor do departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e colaborador do Instituto NOOS.

A metodologia usada por nós

Para articular este material, passamos pelas seguintes etapas:

1.

Articulamos uma rede estratégica com ativistas referência no assunto

Buscamos ativistas que já lideram grupos reflexivos com homens autores de violência para aprendermos com eles qual material seria mais eficaz produzirmos para ajudar no diálogo com pessoas indiferentes ou resistentes ao tema.

2.

Sonhamos o projeto coletivamente

Realizamos um workshop presencial de aprofundamento com pessoas com pontos de vista distintos sobre o tema violência de gênero, para entender os principais obstáculos nessas conversas.

3.

Escutamos a rede e buscamos aliados em escala 

Abrimos uma breve pesquisa online, por meio da qual escutamos mais de 3.500 pessoas, para entender, dentre outras coisas, quais temas para elas mais gostariam de ver sendo produzidos por nós. E pedimos a elas para deixarem o contato, caso desejassem receber e divulgar os materiais no lançamento.

Como usar esse material?

1. Baixe esse livro, leia, distribua, use à vontade

2. Nesse link você encontra um compilado de posts e materiais para divulgar o livro

2. Baixe o livro “Construindo pontes e derrubando muros: como conversar com quem pensa muito diferente de você?” e leia o guia prático de como fazer isso, na segunda metade do material. Distribua e use à vontade.

3. Combine o melhor dos dois materiais e use como combustível para ações práticas.

* * *

Esse material é todo de vocês. Queremos que  os utilizem e os espalhem aos quatro cantos.

Compartilhem, discutam em rodas ou em duplas. Mas, principalmente, coloquem o conhecimento presente no dia-a-dia. Testem, critiquem, inspirem outras pessoas.

Mandem e-mails pra nós (posts arroba papodehomem ponto com ponto br , escrevemos assim pra evitar spam), contando como tem sido, se serviu ou se não serviu, se precisamos melhorar o material em algum ponto. Spoiler: sabemos que sim. 

Suas contribuições são pra lá de bem vindas. Queremos ver essa conversa acontecendo.

Mãos à obra?