Uma plataforma de reflexão e transformação das masculinidades
Após mais um ano trabalhando com uma rede envolvendo quase 50 pessoas, está lançado “O silêncio dos homens”:
Link Youtube | Fone de ouvido e tela cheia antes de dar o play, por favor 😉
O que nos motivou a fazer o filme?
Em 2016 lançamos o nosso primeiro documentário com pesquisa, que escutou mais de 20.000 pessoas. Ele nos mostrou que 7 em cada 10 homens não falam sobre seus maiores medos e dúvidas com os amigos.
Já notávamos o mesmo fenômeno em nossas rodas de conversa há mais de 10 anos. E, à medida em que nos aprofundamos no estudo sobre masculinidades, observamos como esse silêncio está na raiz de vários outros problemas.
Violência doméstica, ausência de mulheres em posições de poder na política e economia, assédio, altíssimas taxas de suicídio, homicídio, mortes no trabalho e encarceramento entre os próprios homens… a lista é longa.
Silêncio aqui tem sentido amplo. É emocional, verbal, social, tanto individual como coletivo. Estamos falando de uma rigidez psicológica, que se torna um vulcão quando associada aos “mandamentos da masculinidade”: ser bem-sucedido profissionalmente, não agir de modos que pareçam femininos, não levar desaforo pra casa, dar em cima das mulheres sempre que possível, não expressar emoções, dentre outros.
O silêncio observado entre os homens não é uma grande conspiração masculina, é como fomos criados. A maioria de nós foi treinado para sufocar o que sente, aguentar o tranco e peitar a vida, como machos.
Acontece que essa maneira de existir e estar no mundo tem causado danos, para as mulheres, para outros homens e para nós mesmos. E como tem acontecido ciclicamente ao longo da história com os papéis de gênero, é tempo de mudar.
Voltando ao silêncio, com o que exatamente os homens andam sofrendo?
Identificamos em nosso estudo que 6 em cada 10 deles declaram lidar hoje com algum tipo de distúrbio emocional. Os principais distúrbios são:
ansiedade
depressão
insônia
vício em pornografia
e, em seguida, vícios em álcool, drogas, comida, apostas e jogos eletrônicos
É provável que você sofra ou tenha sofrido com algum desses, sem falar com ninguém. O fechamento emocional atua como uma camisa de força para muitos homens, tornando ainda mais difícil tudo que enfrentam no dia a dia.
Preferimos que vocês tirem suas próprias conclusões à respeito dessa pergunta, após assistirem o documentário completo.
Esse é um movimento de homens comuns, e de coragem
Por tudo isso, esse documentário é um convite para abrir nossos corações e termos conversas sinceras com nossos amigos, amigas, esposas, esposos, familiares, filhos, parceiros de trabalho.
É um chamado para assumirmos responsabilidade, como homens, pelo cultivo do futuro que queremos.
Esse é um movimento de coragem, coragem pra assumir responsabilidade, para escutar as mulheres, pra sermos vulneráveis e nos ajudarmos a construirmos vidas melhores.
Não é um movimento de homens virtuosos e bonzinhos, de caras desconstruídões sensíveis, muito menos de “novos homens”, é um movimento de homens comuns, como eu e você.
Leo Piamonte (um dos entrevistados do documentário) e seus filhos; o hoje e o amanhã. Foto: Ian Leite
Um mergulho nos números:
O silêncio dos homens surgiu a partir da imensa investigação que fizemos com mais de 40.000 pessoas por todo o país. Dados e insights preciosos sobre as masculinidades no Brasil estão disponíveis publicamente, para todos que quiserem mergulhar nesse trabalho.
Um imenso obrigado a todos e todas que colocaram esse projeto de pé conosco!
Natura Homem e Reserva, agradecemos profundamente pela viabilização do projeto! Sem a crença legítima, recursos e imensa energia de vocês, esse filme não existiria. Nossas longas reuniões, ligações e encontros para construir um projeto único foram essenciais. Carol, Tom, Thiago, Felipe, Andrea, Biancas. Rony, Joana, Marcelo, Tato. Vocês são especiais.
Juliana Fava liderou a etapa qualitativa do estudo, por meio da qual conversamos com dezenas de especialistas, com o olhar afiado de Caio César na filtragem desses diálogos. Zooma Inc. trouxe seus 16 anos de experiência para conduzirmos uma pesquisa quantitativa única, que alcançou incríveis 47.002 respostas. Rodrigo, Leandro, Helena, Kandi, Priscila e Roberta pavimentaram esse caminho e mergulharam nessa montanha de dados para extrair as histórias mais significativas. Monstro Filmes foi (está sendo) brilhante em toda a produção, captação, direção e montagem do documentário, capitaneada por Luiza, Ian, Ciça, Higa, Ed e mais um time de talentos. Estudio Nono, que fez a maravilhosa identidade visual, pelas mãos de Inara e Jorge.
Agradecemos a ONU Mulheres e Campanha #ElesporElas pelo apoio institucional, que vai ajudar essa mensagem a chegar mais longe.
Cá no PdH, Ismael dos Anjos foi incansável na coordenação do projeto. Felipe cuidando dos aspectos negociais e jurídicos, Luciano do editorial, Gabi do PR, Rachel das exibições voluntárias pelo país, Bia e Carol das finanças e administrativo. Contamos ainda com Gustavo Venturi como consultor de pesquisa em gênero e masculinidades.
Um total de 32 pessoas envolvidas diretamente por quase um ano. Considerando as pessoas que passaram pelo projeto brevemente, são mais de 50.
Esse é um projeto feito para furar bolhas e dialogar com todos e todas. Não à toa, também surge do ventre de uma imensa rede de coletivos, com pessoas negras, brancas, hetero, não hetero, trans, progressistas, conservadoras, jovens, adultas, velhas, de norte a sul do país.
Queremos contribuir para que o tema masculinidade seja pautado de modo construtivo. Não podemos falar apenas do que falta e falha nos homens, é essencial sonharmos outras masculinidades possíveis, saudáveis.
Kadu dos Anjos, líder do centro cultural “Lá da Favelinha”, em BH (gravamos por lá também).
Por isso miramos nossa luz em responsavelmente mapear soluções, não em buscar culpados.
Esse trabalho marca ainda o nascimento do Instituto PdH — novo posicionamento de nosso braço de pesquisa, o antigo “PdH Insights”, com atuação desde 2016. Instituto PdH significa Instituto de Pesquisa & Desenvolvimento em Florescimento Humano.
Nosso foco já é e seguirá sendo a pesquisa e desenvolvimento em florescimento humano (mergulhe aqui caso queira entender melhor o termo). Ou seja, tomando nosso mundo interno como eixo, vamos mergulhar em diversos campos — sendo masculinidade apenas um desses territórios.
Como nos provoca bell hooks (fonte constante de inspiração para nós) nesse excelente livro, “o que foi e ainda é necessário é uma visão de masculinidade em que a autoestima e o autoamor da pessoa formem a base de sua identidade.”.
Com o Instituto PDH tivemos a oportunidade de colocar homens e mulheres em um mesmo espaço para discutir, tranquilamente, um tema que muitas vezes é desafiador. E vimos as pessoas atentas e engajadas do começo ao fim. Saio muito satisfeita com o resultado.
Quézia de Araújo Duarte Nieves Gonzalez. Desembargadora e Vice Presidente do TRT-SC.
A gente precisa aprender coisas do zero, porque não basta boa vontade, a gente precisa de informação. A parceria com o Instituto PDH reúne as duas coisas: a sensibilização com informação.
Juiz Alessandro da Silva. TRT- SC.
Aprendi com o Percurso Masculinidades Responsáveis não só como ser um aliado, mas também que precisamos transformar nossas visões sobre o que significa ser homem. Isso me beneficiou minhas posturas tanto dentro da 3M como fora dela.
Douglas Ramos
Líder de D&I e Vice-Presidente do Instituto 3M
“O Percurso é uma excelente ferramenta para a mudança, nos ajudando a avançar em nossas metas de transformação cultural em diversidade, equidade e inclusão com uma linguagem que conversa com todos.”
Wellington Silvério
Diretor global de RH da John Deere
“O curso PMR, do Instituto PDH, é a espinha vertebral do nosso trabalho de conscientização dos homens na John Deere, em escala.”
Marcelo Garcia
Otimização de Negócios na John Deere
“Temas duros foram trazidos de forma leve, assertiva e empática. Depoimentos genuínos e perguntas profundas vieram à tona de vários participantes. Que vivência transformadora!“