Conversar com jovens, especialmente meninos, sobre o respeito às meninas e mulheres é fundamental para o desenvolvimento de masculinidades sadias e para o desenvolvimento social
Aquece nosso coração escutar esse depoimento maravilhoso da Andréia Brasil, embaixadora do Coletivo Mães Negras do Brasil, após uma das nossas atividades de formação, realizada na Associação Brasileira de Imprensa, em março. Ela declara sobre como, a partir de então, se sente mais tranquila para conversar com seus filhos sobre o respeito às meninas e mulheres.
A adolescência é um período de muitas descobertas. É também uma fase em que valores e comportamentos estão sendo formados, construídos. Abrir espaços para diálogo é uma forma de prevenir atitudes machistas e promover relações mais saudáveis e respeitosas com mulheres e grupos minorizados.
Dialogar para construir pontes
Conversar com adolescentes sobre o respeito às mulheres é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e segura. Entender que respeito é base de qualquer convivência, permite que os jovens se tornem mais conscientes sobre o tema e entendam o peso das suas palavras e das suas ações.
Nos treinamentos promovidos pelo Instituto PDH/PapodeHomem, incentivamos a promoção do diálogo que busca a construção de pontes. A partir dessa condição, dialogamos com homens adultos, mas também com jovens, visando desnaturalizar comportamentos violentos que, muitas vezes, são aprendidos e reproduzidos sem questionamento.
Rompendo ciclos de violência
As formas de violências são várias, por isso ensinar desde cedo sobre consentimento, equidade e igualdade de direitos contribui para que sejam rompidos ciclos de violência e para o fortalecimento de uma cultura de respeito. Isso inclui também refletir sobre piadas, cantadas, controle e outras opressões e violências com maior ou menor expressão de agressividade.
Ao longo desses 18 anos de atuação, nós do Instituto PDH e do PapodeHomem, entendemos que se tornou fundamental envolver meninos adolescentes nesse tipo de conversa. Eles precisam entender, desde cedo, que têm um papel ativo na transformação social, seja revendo suas próprias atitudes, seja apoiando mulheres e outros homens nesse processo de mudança. Em vez de reproduzir silêncios pactuados e convivências, os adolescentes podem se tornar aliados importantes no combate às violências de gênero.